Acordo garante indenização e apoio financeiro a pescadores e aquicultores afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão (MG)  

Rompida a barragem liberou uma avalanche de rejeitos que escoou pela Bacia do Rio Doce deixando para trás um rastro de destruição – Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O novo acordo da Bacia do Rio Doce, assinado na sexta-feira (25|10) pelo Governo Federal traz alívio e  esperança para pescadores e aquicultores afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão, ocorrido em 2015, em Mariana (MG).

Três capítulos específicos foram incluído atendendo a demandas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

O novo acordo converte as obrigações de recuperação das empresas em obrigações de pagamento à União e aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que agora serão os responsáveis por implementar políticas públicas com os R$ 100 bilhões, em novos recursos, celebrados no acordo.

 Programas e indenizações

O Programa de Transferência de Renda (PTR) destinará um auxílio mensal para apoiar financeiramente mais de 22 mil pescadores afetados, por até quatro anos, no valor inicial de 1,5 salário-mínimo, nos três primeiros anos e 1 salário nos últimos 12 meses. Já o Programa de Retomada Sustentável da Pesca (PROPESCA) terá R$ 2,44 bilhões para financiar ações de infraestrutura, monitoramento, pesquisa e diversificação econômica.

A implantação de Programa Indenizatório Definitivo (PID), que é voltado principalmente para os atingidos pela tragédia que não conseguiram comprovar documentalmente os danos sofridos, o acordo prevê o pagamento de R$ 95 mil aos cerca de 7 mil pescadores e 2 mil aquicultores familiares – categoria que abarca os aquicultores – afetados. O montante será distribuído entre mais de 40 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Foto Isis Medeiros

 Histórico

O rompimento da barragem de Fundão, pertencente ao Complexo Minerário de Germano, ocorreu em 5 de novembro de 2015, em Mariana, Minas Gerais, sob responsabilidade da empresa Samarco Mineração S.A.

O desastre gerou uma série de impactos socioambientais que se intensificaram ao longo dos anos, afetando profundamente a pesca e a aquicultura na região. Pescadores e aquicultores perderam sua principal fonte de renda, e, no caso dos pescadores artesanais, o rompimento representou a ruptura de um modo de vida tradicional e culturalmente significativo.

Fonte: MPA

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Edilma Duarte

Edilma Duarte é mineira, nascida no alto de uma montanha em Itabira (MG), terra do poeta Carlos Drummond de Andrade. Ao longo da vida, morou em vários estados do Brasil e carrega uma conexão profunda com a natureza — despertada ainda na infância pela influência do pai, um apaixonado defensor da vida natural e dos bichos. Jornalista profissional, atuou em jornais, revistas, rádio e televisão em Minas Gerais e no Paraná. A partir dos anos 1990, após a Eco-92, voltou seu olhar para o meio ambiente, levando temas ecológicos a veículos em que trabalhava. Foi assessora de imprensa nos Jogos Mundiais da Natureza, realizados pelo Governo do Paraná. É editora da plataforma Portal Baobá e acredita que informação gera transformação. Por isso, seu foco é a conscientização.

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